- Menina acorda, já são 6 h! – Gritou a mãe na porta do quarto.
Com esse potente despertador, a menina acordou, tomou banho se aprontou. Era um dia esperado. Na Arquidiocese de Feira de Santana aconteceria a I Caminhada do Perdão, dentro das comemorações do Jubileu de Ouro dessa Igreja e de sua reflexão quaresmal.
- Tome café! Faça um desjejum! Coma uma fruta! – Aconselhava a mãe imperativamente.
- Não mainha, é minha penitencia, será uma manha a base apenas de oração e água. - Respondeu a menina firmemente. - Tá bom, então, vá com Deus. Cuidado com o transito e não fique na rua após acabar! – Abençoava e aconselhava a mãe.
Assim a menina saíu, rumo a Igreja Santo Antônio dos Frades Capuchinhos onde se encontraram com aproximadamente 20 mil pessoas de diversas paróquias de toda aquela Arquidiocese. Dali começava a Caminhada.
Na oportunidade, a menina reencontrou antigos e novos amigos, e juntos como irmãos, manifestaram a fé por meio de cantos religiosos, orações e meditaram junto com as reflexões sobre diversos temas relacionados à fé cristã, à Igreja e à sociedade e, principalmente à Campanha da Fraternidade deste ano promovida pela CNBB, que reflete sobre a saúde pública em nosso país. Também, em alguns momentos de parada durante a caminhada, meditaram sobre o perdão nas dimensões pessoal, espiritual, interpessoal, eclesial e social. A admiração e a fé eram tamanhas por parte dos ali presentes, que a menina orante não viu o tempo passar. Pode se confessar, pois todos os sacerdotes estavam devidamente paramentados, e dentre tudo, conseguiu entrar em comunhão com Deus e o próximo. E carregou a cruz, de forma literal e espiritual. Rezou pelos ausentes, doentes, parentes, amigos e inimigos.
- Ufa, esta quase chegando, só mais essa ladeirinha e pronto! – Admirava-se a menina ao se deparar com a ladeira rumo a Paróquia do Senhor do Bonfim, afinal já era quase meio-dia e o calor aproximava-se dos 35ºC (sensação térmica). No final da ladeira, uma melhor visão não poderia: A Celebração da Eucaristia participada por todos aqueles caminhantes rodeados de frondosas árvores. Ali meditou, orou, ofertou-se e comungou. E ao final da celebração, recebeu um gesto gratuito e generoso, com o aspecto de um abraço e sabor do aconchego de Jesus Misericordioso.
Era hora de ir embora e ela nem queria mais. Estava tudo tão divinamente bom, que ela já conta dos dias para a próxima Caminhada do perdão. Também ela resolveu: Ali não acabava a Caminhada... Iria continuar os propósitos daquele trajeto de domingo nos outros dias do ano, nos outros tempos litúrgicos, em toda a sua vida. Por Sandra Avelino & Flávio Porto
*Texto inspirado na I Caminhada do Perdão, que aconteceu dia 04 de março de 2012 na Arquidiocese de Feira de Santana.
*** Qualquer semelhança com a realidade não será mera coincidência.