... mas não só, anunciou com sua boca a grande
novidade de sua fé, rendendo graças ao seu Senhor que fez nela maravilhas e se
lembrou de seu povo Israel, quando proclamou sua profissão de fé, no
Magnificat.
Este cântico não
só agradece a Javé seus feitos e sua lembrança de amor para com o povo
escolhido por Ele, mas revela também a fé inquebrantável de Maria que professa,
publicamente, sua confissão de fé. Neste sentido, explica a Carta Apostólica do
papa intitulada A PORTA DA FÉ, comentando Rm 10,10, esta Carta Apostólica diz
que, o coração indica o primeiro ato pelo qual se chega à fé, e esta, é dom de
Deus e ação de graças ao mesmo tempo porque age e transforma a pessoa até o
mais íntimo de si mesma. Foi o que Maria fez.
Na linhagem de Maria, podemos
abordar o testemunho de muitas mulheres do Antigo Testamento sem deixar de lado
aquelas do tempo de Jesus que compõem o Novo Testamento. Para seguirmos o
pensamento da orientação dada pela Porta
Fidei – A Porta da Fé – em seu parágrafo 10, encontramos o eloqüente
testemunho de Lídia. Quem é esta mulher
que abre seu coração à fé? Ela faz parte
de um grupo de mulheres que todos os sábados se reuniam para meditar e
aprofundar a Palavra de Deus, perto de um rio, na cidade de Filipos. Lídia era
negociante de púrpura da cidade de Tiatira e adoradora do Deus Único. Paulo, dirige-se
a este grupo de mulheres, com seus colaboradores para anunciar-lhes o Cristo Ressuscitado.
No contexto de expansão missionária da comunidade de fé, destaca-se ainda, no
mundo greco-macedônio, a colaboração das mulheres como Lídia. Ela se converte
quando se abre à escuta da palavra da Vida trazida pelo Ressuscitado e motiva
todas as pessoas que trabalhavam na sua casa para que aderissem à Novidade da
fé trazida pelo Ressuscitado anunciado por Paulo e os que os acompanhavam. O cristianismo que deve ser pregado a todas
as nações tem início com uma mulher em território ocupado pelos romanos. Lucas,
nos Atos dos Apóstolos, assim escreve a respeito desta mulher: Uma delas,
chamada Lídia adoradora de Deus, escutava-nos.
O Senhor abrira-lhe o coração para que ela chegasse ao
conhecimento da mente e do coração da
verdadeira Novidade trazida pelo Ressuscitado. (cf. At 16,14). Cabe ressaltar
também, a conversa informal de Paulo e seus companheiros de missão com este
grupo de Mulheres, conversa que se conclui com a conversão de Lídia. Este fato
dá uma nova característica ao modo de evangelizar, rompendo com o clássico
discurso missionário e a solene pregação dirigida a grandes assembléias ou a
multidões de pessoas.
Aqui o anúncio é
dado a pequeno grupo e de modo informal que toca o coração e a mente, como
Maria o fez ao ser comunicada que iria trazer o Salvador de toda a Humanidade.
Maria acreditou com o coração, por isso concebeu por obra do Espírito Santo.
Amém!
Ir. Lina Boff
A equipe do Blog Catequese Feira agradece a autora deste texto, a teóloga Ir. Lina Boff, que atendeu de prontidão nosso pedido e autorizou a publicação do mesmo aqui.